segunda-feira, 28 de março de 2011

O céu desaba sobre nossas cabeças!

Teto de salas de aula desaba em São Tomé/RN
Ricardo Araújo - repórter

A pergunta que ecoava entre curiosos, militares do Corpo de Bombeiros e direção da Escola Municipal José Euzébio Fernandes, em São Tomé, ao observarem o que restou de duas salas de aula, era a mesma: não morreu ninguém? Os escombros, as carteiras retorcidas e o material escolar espalhados pelo chão batido do terreno da escola evidenciavam a gravidade do desabamento ocorrido por volta das 9 horas de ontem. Doze crianças saíram feridas. Nenhuma delas em estado grave, apenas escoriações leves.

foto:júnior santos

A sala de aula da Escola Muncipal José Euzébio, onde estavam 28 crianças, ficou totalmente destruída“Foi a mão de Deus que nos salvou. Eu estava explicando a lição ao alunos e percebi o quadro tremendo. Depois a parede baixou e eu gritei chamando os alunos para perto de mim”, descreveu a professora Maria de Jesus da Silva, ainda assustada. Das 28 crianças entre oito e nove anos de idade, alunas do 4º ano do ensino fundamental que assistiam aula no momento do desabamento, 12 se feriram. Duas delas ficaram sobre os escombros e foram socorridas pela professora e pelos próprios alunos.

Katly Rayana, de 9 anos, foi uma das alunas mais atingidas pelos escombros. Com escoriações em todo o corpo e com uma luxação no ombro esquerdo, ele foi encaminhada ao hospital regional de São Paulo do Potengi junto com mais três crianças. Entre elas, estava Maria Clara Santos de Sousa que descreve o momento que o teto e as paredes ruíram. “A gente estava estudando, vendo a professora explicar e só ouvimos um barulho e tudo caiu”.

As crianças passaram por exames de raio-x no hospital da cidade vizinha para detectar lesões mais graves. Nada foi confirmado e elas retornaram para casa. As demais crianças foram atendidas no hospital municipal de São Tomé. “Nós atendemos 12 crianças que sofreram ferimentos. Apenas escoriações e hematomas. Medicamos e liberamos em seguida Três foram para São Paulo do Potengi, mas nada de mais grave ocorreu”, admitiu o médico de plantão, Raroldo Rocha.

A diretora da escola, Márcia Maria Bezerra, não estava no local no momento do acidente. “Hoje era o dia da vice-diretora dirigir a escola. Quando eu soube que tinha caído, corri para cá”, comentou. De acordo com Márcia, nenhuma rachadura ou comprometimento da estrutura física haviam sido detectados ultimamente. A parte que ruiu, que inclui duas salas de aula, foi construída há cerca de 15 anos. Uma das salas ficou totalmente destruída. Na outra sala, nenhuma das crianças se feriu.

Duas equipes do Corpo de Bombeiros se dirigiram ao local com o intuito de socorrer as vítimas, mas quando chegaram todas haviam já sido sido atendidas. O chefe da operação, tenente Góis, isolou a área e solicitou que a escola permanecesse fechada até que a investigação sobre as causas do acidentes forem concluídas. Um funcionários do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea RN) esteve no local.

De acordo com o pedreiro José Cosme da Silva, que trabalhava na construção de uma sala de aula vizinha a que desabou, o acidente pode ter sido causado pelo alicerce da construção feito ao lado da estrutura antiga. “A orientação do engenheiro foi de que a gente cavasse mais para fazer o baldame”, disse José. O responsável pela obra foi procurado mas não estava na cidade na manhã de ontem.

O prefeito do município, Anteomar Pereira da Silva, encaminhou um ofício ao Crea RN solicitando a vistoria do local. “Somente com o laudo do Conselho, tomaremos uma decisão”, comentou. De acordo com ele, as atividades escolares serão remanejadas para um outro espaço da prefeitura para que os alunos não sejam prejudicados com a interdição do prédio.

Fonte: http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/teto-de-salas-de-aula-desaba/176294

sexta-feira, 25 de março de 2011

PNE 2011-2020: uma nova chance para velhas necessidades | Políticas Públicas | Nova Escola

Decidir quem paga a conta e o que fazer com quem não cumprir as metas é condição para tirar do papel o Plano Nacional de Educação (PNE)

Ivan Paganotti e Rodrigo Ratier (novaescola@atleitor.com.br)

ENTREVISTAS
José Marcelino Rezende Pinto
Dermeval Saviani
Cleuza Repulho
Rubens B. de Camargo
Carlos Roberto Jamil Cury

A hipótese otimista promete impulsionar o país rumo a outro patamar de desenvolvimento. Se cumprido integralmente, o novo Plano Nacional de Educação (PNE) pode, em dez anos, universalizar a Educação Básica para crianças e jovens de 4 a 17 anos e alfabetizar todas as crianças até os 8 anos de idade (mais 17 milhões de jovens e adultos). A alternativa pessimista... Bem, essa é velha conhecida. Se o plano não sair do papel, vai se somar aos inúmeros projetos que enfeitam prateleiras com sonhos nunca concretizados.

Não é a primeira vez que o governo federal tenta formular um guia para as políticas públicas em Educação. A primeira bússola sugerida foi a versão anterior do PNE, que vigorou de 2001 a 2010. Produzida no fim do segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, apresentava 295 metas e um diagnóstico complexo do setor. Não deu certo por várias razões. A quantidade de objetivos contou contra, diluindo as demandas e tirando o foco do essencial. Segundo, muitas da metas não eram mensuráveis, o que dificultou seu acompanhamento. Também faltaram regras com punições para quem não cumprisse as determinações. Finalmente - e, talvez, o mais importante: um dos artigos do plano foi vetado pela presidência. Era a proposta de aumentar a parcela do Produto Interno Bruto (PIB) investida em Educação de 4 para 7%. Sem dizer de onde viria o dinheiro, o PNE de 2001 virou letra morta antes de nascer.

A nova edição parece ter ganho com os erros do passado. Centrado nas demandas da Conferência Nacional de Educação (Conae) do ano passado, o Ministério da Educação (MEC) preparou um plano que começa agora a ser debatido pelo Congresso, aguardando a aprovação dos parlamentares. Sucinto, o documento tem 20 metas, a grande maioria quantificável por estatísticas. Além das citadas no início deste texto, outras seis dizem respeito à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental: universalizar o atendimento aos estudantes com deficiência, oferecer ensino em tempo integral em 50% da rede pública, atingir média 6 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nas séries iniciais e 5,5 nas finais, oferecer 25% das matrículas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) integradas à Educação profissional nas séries finais, atender 50% das crianças de até 3 anos e erradicar o analfabetismo - as duas últimas, reedições do PNE de 2001, o que dá uma medida do fracasso da antiga versão.

Objetivo vago pode dificultar aferição da melhoria salarial

A valorização da docência é lembrada em quatro metas. Duas dizem respeito à formação (garantir que todos os professores da Educação Básica possuam nível superior e formação continuada e 50% deles pós-graduação), uma terceira à necessidade de plano de carreira e uma quarta à melhoria salarial - esta, infelizmente, um tanto vaga, já que o texto recomenda apenas a "aproximação" do rendimento médio do Magistério ao de profissões com escolaridade equivalente. O objetivo é considerado tímido por entidades dos trabalhadores em Educação, já que o documento final da Conae defendia o avanço progressivo do piso para 1,8 mil reais, com carga horária máxima de 30 horas semanais (docentes com dedicação exclusiva receberiam até o dobro desse valor).

Mesmo com ressalvas como essa, a proposta merece elogios. Para que ela decole, entretanto, há dois pontos de atenção fundamentais. O primeiro é o financiamento. Trata-se, aqui, da mesma questão que enterrou o PNE anterior: como garantir o mínimo de 7% do PIB para a Educação. Ainda que o porcentual também seja contestado pelo documento final da Conae (que pedia uma elevação de 1 ponto percentual ao ano até atingir 10%, em 2014), o índice negociado representaria uma injeção de 84 bilhões de reais em relação ao orçamento atual. Para chegar lá, os analistas apontam a necessidade de a União aumentar sua contribuição. Hoje, estados e municípios respondem por 80% da conta do ensino.

A segunda decisão diz respeito a quem pode ser punido se não colaborar para cumprir as metas. O instrumento para essa tarefa, o conceito de responsabilidade educacional, também está em discussão no Congresso. Por meio de um projeto de lei que propõe alterações na Lei de Ação Civil Pública (que defende direitos coletivos como a Educação), o MEC pretende tornar possível a fiscalização das autoridades da área de Educacão. Por exemplo: se o PNE for aprovado e um prefeito não atender a um dos objetivos - universalizar a pré-escola, digamos -, ele pode ser acionado pelo Ministério Público e punido, com penas como multa e detenção. É um avanço em relação às formas atuais de sanção contra os maus administradores. A mais comum, a interrupção dos repasses de recursos, só prejudica o município ou estado já afetado por uma gestão ruim. Somados, o aumento da fiscalização e dos investimentos renova a esperança de que o plano se torne realidade. Vale exigir dos parlamentares que tratem o assunto com prioridade na tramitação. E que a nova presidente não siga o exemplo de seus antecessores, que impediram pontos vitais da proposta.

84 bilhões de reais Valor que precisaria ser adicionado ao orçamento da educação para atingir o patamar proposto pelo PNE.

Usando o corpo como tela

Dois artistas americanos recriam na própria pele pinturas do século XIX para dar nova vida às obras
Débora Rubin
http://www.istoe.com.br/reportagens/114884_usando+o+corpo+como+tela




"Nos quadros originais, eram os homens que pintavam as mulheres. Agora é uma mulher que está literalmente pintando um homem.” É assim, de forma provocativa, que a artista nova-iorquina Laura Spector, 37 anos, explica o seu irreverente trabalho em parceria com o colega Chadwick Gray, 38 anos. Há 15 anos a dupla desenvolve o projeto Anatomia de Museu, no qual ela reproduz no corpo de Gray telas minuciosamente garimpadas em museus americanos, espanhóis, sul-africanos, gregos e até da Tailândia, onde ambos vivem, embora não formem um casal.
O trabalho começa com a escolha das telas. Os dois têm algumas regras para fazer a seleção. Buscam obras pouco conhecidas do grande público, perdidas em arquivos de museus e que, de preferência, retratem mulheres do século XIX. Escolha feita, analisam qual é a parte do corpo de Gray adequada e em qual posição ele deve ficar para dar mais vida à pintura. Muitas vezes, seus olhos ou suas mãos são aproveitados dentro do contexto da obra. Dependendo do trabalho, é difícil até entender qual é a parte do corpo do artista que serviu de base.
A segunda fase é a da pintura propriamente dita, o que exige do modelo-tela paciência para ficar até 15 horas parado para fazer um único quadro. Gray não é nenhum iogue e confessa que não tem muita flexibilidade, mas já desenvolveu uma técnica própria.“Eu praticamente entro em transe, fico em um estado meditativo”, conta. “No entanto, eu me lembro claramente das pinturas que mais me fizeram sentir dor.” Uma vez, a dupla realizou uma performance em uma vitrine de loja e ele teve que ficar com o braço sobre a cabeça durante quatro horas. Somente quatro dias depois é que o braço parou de formigar e voltou ao normal. No total, Gray já ficou mais de 800 horas em pose de estátua. A pintura é feita com uma maquiagem alemã criada especialmente para o teatro. Depois de pronto, Laura tira uma foto de sua tela viva e a reproduz no tamanho da obra original.

A dupla, que já fez mais de 20 retratos e pretende continuar o projeto indefinidamente, vê o trabalho render frutos. Além de ter várias fotos em coleções particulares espalhadas pelo mundo, eles já tiveram trabalhos leiloados pela Sotheby’s de Hong Kong e viraram referência para estudiosos do assunto. Recentemente, foram incluídos no livro “The Real Thing – The Model in the Mirror of the Art”, de Wendy Steiner, crítica de arte americana que faz uma reflexão sobre o papel do modelo na arte. Artistas de vanguarda, Chadwick and Stencer (forma como assinam) já estampam até iPhones e iPads. Sinal de que os anos de pesquisa e as horas dedicadas a cada obra valeram a pena.

sexta-feira, 18 de março de 2011

SAP (Serviço de Atendimento aos Pais) NAS ESCOLAS

Recebi o e-mail abaixo, não confirmo a veracidade do fato, mas gostei da criatividade:

MENSAGEM CRIATIVA DE UMA ESCOLA ....

Esta é a mensagem que os professores de uma escola da Califórnia decidiram gravar na secretária eletrônica.
A escola cobra responsabilidade dos alunos e dos pais perante as faltas e trabalhos de casa e, por isso, ela e os professores estão sendo processados por pais que querem que seus filhos sejam aprovados mesmo com muitas faltas e sem fazer os trabalhos escolares.

Eis a mensagem gravada:

- Olá! Para que possamos ajudá-lo, por favor ouça todas as opções:

- Para mentir sobre o motivo das faltas do seu filho - Tecle 1.
- Para dar uma desculpa por seu filho não ter feito o trabalho de casa - Tecle 2.
- Para se queixar sobre o que nós fazemos - Tecle 3.
- Para insultar os professores - Tecle 4.
- Para saber por que não foi informado sobre o que consta no boletim do seu filho ou em diversos documentos que lhe enviamos - Tecle 5.
- Se quiser que criemos o seu filho - Tecle 6.
- Se quiser agarrar, esbofetear ou agredir alguém - Tecle 7.
- Para pedir um professor novo pela terceira vez este ano - Tecle 8.
- Para se queixar do transporte escolar -Tecle 9.
- Para se queixar da alimentação fornecida pela escola - Tecle 0.
- Mas se você já compreendeu que este é um mundo real e que seu filho deve ser responsabilizado pelo próprio comportamento, pelo seu trabalho na aula, pelas tarefas de casa, e que a culpa da falta de esforço do seu filho não é culpa do professor, "desligue e tenha um bom dia!"...

REPASSE PRA UM AMIGO PROFESSOR OU PROFESSORA DE SUA LISTA, PODE SER QUE QUEIRA FAZER A MESMA COISA QUE ESTA ESCOLA FEZ.....

"A minha escola não tem personagem, a minha escola tem gente de verdade..." (Renato Russo)

16/03/2011 07h14 - Atualizado em 16/03/2011 07h39
Aluno arremessa carteira escolar contra professora
Ataque aconteceu em Guaimbê, no interior de São Paulo.
Estudante também ameaçou conselheiras tutelares.
Do G1 SP

Um aluno arremessou uma carteira escolar contra uma professora em uma escola de Guaimbê, município da região de Marília, no interior de São Paulo, na manhã desta terça-feira (15).

A agressão aconteceu em uma escola estadual durante a aula de matemática. A professora conta que tudo começou quando ela pediu para um aluno parar de conversar. Foi aí que outro estudante começou a ofendê-la com palavrões.
A professora Sandra Bontempo afirma que estava abrindo a porta da sala para chamar a diretora quando o jovem, de 16 anos, a atacou com uma carteira. A professora prestou queixa na polícia, fez exame de corpo de delito e foi atendida no hospital para fazer um curativo.
Depois da confusão, o aluno ainda teria ameaçado as conselheiras tutelares que registraram um boletim de ocorrência. Por precaução, elas preferiram não gravar entrevista.
Segundo a PM, o adolescente já causou problemas em casa e na escola. A Polícia Civil vai ouvir os envolvidos e avaliar se instaura inquérito. A escola vai reunir o Conselho de Pais e professores para decidir qual a penalização que o aluno vai sofrer.
A última pesquisa feita pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) mostra que 38% dos professores já presenciaram a troca de ameaças entre alunos e que 44% já assistiu estudantes ofendendo os docentes. A pesquisa ouviu cerca de 300 professores da região de Marília.

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/03/aluno-arremessa-carteira-escolar-contra-professora.html

Continua o caso:
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/03/aluno-que-xingou-e-jogou-carteira-escolar-em-professora-e-suspenso.html

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/03/justica-determina-internacao-de-adolescente-que-agrediu-professora.html

O Trote

Assisti hoje a uma conversa entre duas amigas, uma delas caloura da UFRN, sobre o trote sofrido por ela nos primeiros dias de aula. Confesso que foi muito difícil ter que ouvir relato mais idiota. A aluna falava com entusiasmo sobre as situações ridículas que teve que passar, ao mesmo tempo que considerava o maior barato a dinâmica de "integração" (será??????) oferecida pelos veteranos! E me pergunto:qual o objetivo desse tipo de coisa? Humilhar, constranger, ridicularizar, oprimir?????? Falamos sobre bullying na educação básica, combatemos, assistimos e convivemos com violência gratuita entre crianças e adolescentes, agressões verbais, constrangimento, etc e quando nossos filhos, sobrinhos, amigos conseguem passar pelo funil de entrar numa universidade pública, prinicipalmente, lá está o velho bullying ganhando um nove nome: "trote universitário", onde jovens são expostos nas ruas sujos de gosma indefinível, entre os carros nas grandes avenidas com latinhas na mao em busca de trocados. Aonde isso educa? Como isso contribui para que ele sinta que o esforço de conseguir passar em um vestibular tão disputado, valesse a pena??? E o pior foi ter que ouvir a garota da conversa que gerou esse desabafo dizer que não ver a hora de chegar o próximo ano pra receber com trote os novos calouros! Como seria se a cada amigo novo que recebessemos em nossa casa fizesse ele de ridículo, hein? E aí vai um café lá em casa?